terça-feira, 2 de novembro de 2010

Uma petição online

A petição online para a salvaguarda patrimonial do "moinho" de Ferragudo prossegue. Temos conseguido sensibilizar residentes e não residentes para esta singela causa. Uma adesão importante foi conseguida, a da Associação Cultural e Desportiva Ferragudo, que publicitou o assunto junto dos seus associados, dando a conhecer o endereço electrónico onde está inserida a petição. A petição em si e os nossos argumentos já se encontram ilustrados neste blog, pelo que é importante mostrar o nosso poder enquanto cidadãos desta freguesia, do Algarve e do País, através da assinatura do documento, em:

www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N3371

O património agradece e o Bloco de Esquerda de Ferragudo também. Obrigado!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Moinho de Ferragudo

O "moinho" hoje

O Bloco de Esquerda considera que o edifício conhecido como o “Moinho”, localizado na malha urbana de Ferragudo, deveria ser classificado como Imóvel de Interesse Municipal, a fim de garantir a sua preservação e integridade memorial.
É evidente o mau estado do corpo principal do edifício, bem como dos edificados anexos, agravado nos últimos tempos pelo assentamento indecoroso de antenas de telemóveis no seu topo, bem como de alterações consequentes. É urgente qualificar aquilo que pertence à população local e valorizar a sua memória colectiva.
Fundamentamos a nossa pretensão com uma série de factores históricos e culturais a ter em conta:
- O edifício, segundo levantamento promovido pela própria autarquia (Carta Arqueológica de Lagoa), parece ter origem numa atalaia medieval (a verificar se árabe ou já cristã), a qual ainda se revela no embasamento. Prova da antiguidade do lugar e da sua importância estratégica para a defesa de Silves, a partir da vigilância do estuário do Arade.
- O edifício constituiu um moinho durante boa parte do seu “tempo de vida”, provavelmente desde o século XVII até aos finais do século XIX, encontrando-se arruinado por inícios do século XX. Demonstrando o crescimento populacional da zona, bem como da segurança introduzida, possibilitando empreendimentos económicos deste tipo.
- O edifício foi alterado no primeiro quartel do século XX de modo a assemelhar-se a uma torre medieval, conforme um gosto romântico tardio e adepto do revivalismo histórico. Este facto em si não retira valor ao edifício, antes o transforma num caso de interesse arquitectónico, à semelhança do coevo “Castelo de Ferragudo”.
- O edifício constitui uma silhueta impar na vila, devido à sua localização no topo da colina que encima a parte antiga, bem como à sua própria forma de torre “medieval” cilíndrica. Pelo que não é displicente preservá-lo enquanto tal, impedindo que as povoações se transformem em conjuntos padronizados e sem fortes referentes arquitectónicos.
- O edifício faz parte do memorial cultural colectivo da vila de Ferragudo e é por todos os seus habitantes e cidadãos acarinhado e respeitado. Consideramos que o elo afectivo que liga as pessoas aos lugares e a determinados objectos é real e efectivo e não deve ser desvalorizado.
Quem poderá ajudar um singelo edifício???

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Oleões

Ferragudo ganhou um amigo cor de laranja. O Bloco de Esquerda saúda a chegada deste oleão à nossa freguesia, resultado de um acordo celebrado entre a Câmara de Lagoa e uma empresa privada, no passado dia 22 de Setembro. Acreditamos ter contribuído para esta expansão da recolha de lixos separados, ao ter feito esta mesma recomendação, anteriormente, em Assembleia Municipal. O Núcleo de Lagoa do Bloco de Esquerda defenderá sempre um ambiente urbano mais limpo e uma cuidadosa gestão dos resíduos urbanos. Quem sabe estes óleos reciclados não poderão incentivar a sua reutilização enquanto combustíveis automóveis, diminuindo a nossa dependência do petróleo. Não é a solução ambiental mais vantajosa, mas tem um interesse económico a estudar.
Agora falta a Câmara divulgar a iniciativa e o modo de utilização destes amiguinhos laranja. Nós aqui damos o contributo: vaze os óleos domésticos usados para dentro de garrafas ou garrafões de plástico e, quando estiverem cheios, ponha uma rolha que impeça a saída do líquido e venha depositar esses restos dentro do oleão. Sabemos que parte dos lucros da referida empresa revertem a favor dos Bombeiros Voluntários de Lagoa, na proporção do óleo recolhido, por isso, seja duplamente um cidadão responsável e consciente. Ferragudenses, sejam amigos do ambiente!

Solidariedade

Ferragudo tem um centro de apoio a idosos que funciona como centro de dia. Muito positivo! Porém falta ainda a concretização de um lar que preste um serviço continuado àqueles que são extremamente dependentes e não têm onde viver. Esperemos que a época de crise que atravessamos não seja pretexto para adiar aquilo que é essencial, porque humaniza uma sociedade cada vez mais "flexível" e desumana.
Outra componente de apoio aos idosos, que nos parece pertinente, é a criação de actividades cívicas e lúdicas que os façam sentir úteis perante a sociedade e os valorize aos seus próprios olhos, ao mesmo tempo que se combate a depressão e o isolamento que às vezes o avançar da idade podem trazer.
Que tal fazer umas brigadas de manutenção de espaços verdes? Pôr grupos de idosos a gerir espaços públicos com as suas próprias mãos, tornando-os até mais responsáveis perante o bem comum, ao mesmo tempo que vivificam o seu espírito através da cooperação, do convívio, da interacção com os seus parceiros e o meio ambiente urbano. Que tal pensarmos numa horta comunitária? Que tal brigadas de pequenos arranjos nos espaços públicos? Que tal brigadas de idosos que apoiam idosos com menos mobilidade?...
As épocas de crise devem ser tempos para parar e reflectir, para depois se avançar para experiências que criem uma maior cidadania.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Juventude

Os jovens têm duas grandes necessidades, uma é o ensino formal que os dá instrumentos de conhecimento e valores úteis para uma futura vida profissional, a outra é a de encontrarem o seu espaço pessoal de forma lúdica e em interacção com os outros. A primeira necessidade é conseguida através da rede escolar existente, que cobre a freguesia, a segunda pode ser pela livre escolha de pertencer a clubes e/ou associações de carácter desportivo, lúdico ou cultural. Também nesta podemos dizer que a freguesia encontra as mais variadas ofertas: grupo de escuteiros, ACD Ferragudo, Sociedade Recreativa Ferragudense... O que falta então?
Falta criar espaços públicos que permitam essa exploração livre dos limites, faltam jardins públicos reais, faltam parques desportivos abertos e livres, rampas de skate e bicicleta... A transformação do campo de jogos, junto ao centro médico, num pavilhão fechado, tornou proibitiva as actividades juvenis informais e ocasionais. O desporto e a diversão sem enquadramento formal é um direito à liberdade que não pode ser negado aos jovens de Ferragudo. Olhando para o antigo parque de jogos, junto à igreja, semi-abandonado e sem utilidade pública, percebemos que ali está um espaço que podia ser usufruído de outra maneira, com equipamentos renovados e a abertura das portas a todos os ferragudenses.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mobilidade

A mobilidade é um factor fundamental nas sociedades de hoje, que interagem de forma mais complexa e dinâmica. Porém, as deslocações têm efeitos ambientais, económicos, psicológicos e sociais. Quanto degrada o ambiente uma deslocação? Quanto custa uma deslocação? Quanto tempo demora uma deslocação? Qual é o conforto ou desconforto duma deslocação?... Em Ferragudo, verificamos a aposta(?) no veículo individual (automóvel), apesar da falta de estacionamento, e o completo abandono do transporte público, sobretudo o autocarro. Imagine-se que a povoação não tem uma única carreira que a ligue à sede de concelho, a cidade de Lagoa.
O absurdo da situação é que tantos anos de fraco investimento nos transportes públicos transformaram-no num elemento de importância residual, com poucos utilizadores, o que legitima o ciclo do continuo desinvestimento. O que seria desejável? Nós defendemos: carreias de transportes semi-urbanos, mais pequenos, menos poluentes, mais regulares, e com percursos mais diversificados, a fim de satisfazer as reais necessidades da população e não obrigar ao uso do transporte individual, que se tornou quase obrigatório, não só aqui, como em todo o Algarve.
Outro ridículo é a ausência de troços de estrada para ciclovia, pelo menos entre Portimão e Ferragudo, mesmo apesar das intervenções em boa parte do troço, devido à requalificação da ponte sobre o rio Arade e à construção do Centro de Congressos do Arade. Preferiu-se pintar na estrada uns sinais que indicam a passagem de bicicletas, como se já antes elas não andassem nas estradas em que os automóveis circulam. Ciclovias precisam-se!

Ambiente

 Como são bonitas as paisagens criadas pela natureza ao longo de milhares de anos. Ferragudo é uma freguesia dotada dessas preciosidades geológicas e ecossistemas vivos, que aprenderam a conviver neste clima mediterrâneo parco de chuva e intenso no ar salgado trazido pelo Oceano Atlântico. Em quase toda a sua costa desenham-se pequenas praias abrigadas entre frágeis falésias de arenitos. A esta bonita costa rendilhada juntam-se leixões de alguma beleza, como o "Leixão da Gaivota", frente à famosa Praia dos Caneiros; ou ainda os algares, como aquele junto ao farol.
Infelizmente pouco dessa paisagem se encontra devidamente protegido, e nem mesmo a lei da construção afastada das arribas é suficientemente forte para anular os direitos adquiridos de alguns senhores. A frequesia de Carvoeiro é bem o exemplo dessa má gestão do espaço natural, e em Ferragudo podemos destacar as vivendas entre o molhe e a Praia do Pintadinho, ou a "Vila Gaivota", ambos conjuntos fortemente desenquadrados da paisagem e que não respeitam as distâncias legais sobre a arriba. O município de Lagoa, em vez de dar o exemplo, constrói o parque de estacionamento do molhe à face da arriba, ao invés de fazer recuar aquele espaço nem que fosse uma vintena de metros.
Valorizar o ambiente é a defesa do património natural, não somente como consolo visual, mas como potencial económico, como valor acrescentado para inspirar perpetuadamente o Homem e servir sustentavelmente o seu interesse.